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[Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

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banny
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[Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por banny » Sex Set 09, 2016 11:40 am

Caros, recentemente foram divulgadas maiores informações acerca das versões retrabalhadas dos consoles Playstation 4 e Xbox One. Imediatamente, milhares de comentários surgiram nos portais especializados para discutir qual plataforma é "melhor".
Não é difícil perceber que talvez 80% de tais comentários se baseiam unicamente na dita "potência" do aparelho, desconsiderando uma questão muito simples: Os jogos são divertidos?
Um tweet da Microsoft aproveitava o ensejo para alfinetar a concorrente ao dizer que o futuro upgrade de codinome "Project Scorpio" será o console mais potente já feito, mas se pensarmos, já estão disponíveis no mercado PCs com configurações que superam facilmente tais méritos.
Por outro lado, jogos como No Man's Sky mostram que tecnologia não é sinônimo de diversão, afinal o grande trunfo de inovação do título não encobriu suas muitas carências no que tange o entretenimento (sobretudo à médio e longo prazos).
Ainda que a atribuição de desenvolvimento dos jogos não recaia diretamente sobre a empresa que produz o console, existe uma forte pressão para que as softhouses criem algo impactante visualmente. Cada vez mais vemos casos absurdamente nítidos da prática conhecida como "downgrade" onde versões irreais e largamente mais aprimoradas dos títulos são exibidas nos eventos internacionais para depois lançarem um produto finalizado (ou nem tão finalizado) de qualidade inferior em todos os aspectos.
Por que a indústria se dá ao trabalho de gerar propaganda enganosa (pessoalmente não vejo outra maneira de intitular isso) se é mais do que óbvio que os jogadores irão reagir negativamente? Por que não investir em diversão de maneira concreta ao invés de tentar vender uma ilusão de inovação/etc?
Não é uma pergunta simples, afinal o que seria "diversão"? Pessoas diferentes podem ter conceitos diferentes do que vem a ser divertido, mas uma coisa é inegável, se a indústria continuar se acorrentando à "potencia" dos consoles, qualquer mudança criativa será sempre natimorta.
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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por Mr.Rafael » Sex Set 09, 2016 2:19 pm

Primeiramente, gostaria de falar sobre a questão da "corrida do hardware".

O foco em "poder de fogo" para consoles sempre existiu, desde os primórdios. O maior naipe que a Sega teve para promover o Mega Drive foi o "blast processing" e todo o marketing em cima dos 16-bits, enquanto o SNES usava de vários chips acoplados nos cartuchos para se mostrar superior em termos de potência. A Sony queria promover as capacidades em 3D do PS1 de forma tão forçada que havia chegado em um ponto em que ela simplesmente recusava todo e qualquer projeto 2D, independente da qualidade/empresa. A Nintendo e a Atari tentaram fazer fama de que "quanto mais bits melhor" e lançaram o Nintendo 64 e o Jaguar, respectivamente. O Dreamcast e outros consoles de 6ª geração davam a si próprios o título de consoles "128-bit", mesmo que não realmente fossem. Acho que podemos parar por aqui.

Agora, a diferença entre os consoles de 6ª geração para baixo e os consoles de 7ª geração para cima é que a evolução de hardware e as melhorias gráficas eram mais visíveis nos consoles mais antigos. Quando alguém comparava um jogo de NES e depois via o jogo de um SNES, a diferença era absurda: sons acústicos, ambientes coloridos, animações diversas... você conseguia distinguir personagens pela aparência e outros detalhes. O hardware também permitia que ainda mais sprites pudessem ser processados na tela, e em consequência disso, os jogos tiveram vários toques de detalhe: vasos quebráveis com vários itens de valor, partículas, um monte de inimigos ao mesmo tempo para você batalhar, personagens grandes, etc.

Ainda continuando o parágrafo acima, a transição do 2D para o 3D também foi massiva. As mudanças no gameplay, nos gráficos, nos detalhes, eram óbvias. E finalmente, na 6ª geração, todos nós conseguíamos enxergar e muito bem a diferença de um personagem de um jogo de PS2 (mais consistente, com bocas se mexendo) e o de um jogo de PS1 (muitos triângulos, rostos com pixels estourados e jogos com muito pop-in). Digo, você realmente via alguma diferença! Você podia acompanhar também a própria evolução dos controles, que foram ganhando cada vez mais botões com o tempo.

Com o início da 7ª geração, as diferenças foram quase que insignificantes: oh, nossa, agora dá para processar mais polígonos na tela... tá, mas o que muda? Nada?!

Uma coisa que acho interessante também comparando isso é que a "meta a ser alcançada" em relação de hardware também era diferente. Muitos consoles, até a 6ª geração, sempre tentaram ter um hardware (e os jogos) no mínimo comparável ao dos fliperamas. Não importava quantos chips extras um cartucho utilizasse, a experiência, os gráficos, o áudio... nada tinha a mesma imersão que a boa e velha máquina de colocar fichas. Ao início da 7ª geração, a meta passou a ser tentar ter um hardware igual ao de um PC, seja na arquitetura, seja nas configurações, até colocar um S.O tá valendo. Foi quando máquinas de jogos deixaram de tentar se igualar com outras máquinas de jogos (querer se comparar com, digamos, um fliperama da SNK) para se igualar com máquinas... comuns.

Agora, vamos aos jogos.

A "filosofia de lucro" da época era bem diferente das atuais. Existia uma mentalidade mais focada para fliperamas, com empresas se esforçando para entreter esta base de jogadores. Os consoles, por sua vez, eu acredito que tinham que competir com esse diálogo:
  • "Para que comprar um console caro e um jogo mais caro ainda, quando posso jogar vários deles com algumas moedas?"
  • "Mas... mas... você compra o jogo uma vez e pode jogar infinitamente!"
  • "Legal! Então posso jogar Pac-Man?"
  • "Humm... não temos Pac-Man no console."
  • "Ah, tá. Valeu, vou lá jogar no meu flipper..."
Assim, os consoles faziam o que fosse necessário para que ganhassem o máximo de conversões de fliperamas que pudessem. Era quando a empresa que fabricava consoles servia os desenvolvedores. Ah, sim: adivinha só quais eram os "consoles divertidos"?

ImagemImagemImagemImagem

Na velha guarda dos videogames, quem mandava na evolução do hardware e na criatividade eram os fliperamas! Até mesmo as máquinas "genéricas" ganhavam: o simples fato de você ter vários botões e um manche proporcionava algo muito maior do que um "controlinho" com D-Pad.

E qual a diferença? Por que estou mostrando fliperamas aqui, afinal? Simples: por que nessa época, as empresas decidiam que hardware montar, que controle usar e o resultado era que o jogo utilizaria todos os recursos de forma equilibrada. É diferente dos consoles, onde as fabricantes lançam um hardware fixo e esperam que alguém use aquilo em alguma coisa. O ciclo de vida de cada jogo também era diferente: você precisava vender uma máquina 2x mais cara que um console, e que não era nem vendida diretamente para o jogador. O jogo precisava ter um atrativo para passar o tempo, porque se o dono não lucrasse com as máquinas, ele não as compraria de novo. No lado dos consoles, é diferente: você precisa que o jogo tenha vendas altas e que fique obsoleto bem no período em que você planeja lançar um próximo, tendo em vista que o consumidor paga um preço absurdamente menor e não comprá-lo não influencia em nada a sua vida.

Os jogadores compram os consoles esperando receber jogos com gráficos incríveis, mas aí cai no problema que já citei lá em cima: a evolução gráfica hoje chegou num ponto em que não dá mais para apontar nenhuma diferença impressionante. Com orçamentos de jogos chegando na casa dos milhões, ninguém quer se arriscar a investir em novas ideias. E o que eles fazem? Sequências de franquias já consagradas. A pressão de tentar empurrar um hardware ao seu limite também faz com que a desenvolvedora foque mais em gráficos do que o próprio gameplay em si, só que não dá para fazer milagres: você precisa ter um equilíbrio entre poder gráfico e performance, e isso leva a decisões como, por exemplo, cortar a qualidade das texturas para permitir que o jogo rode, pelo menos, em 30 FPS.

Mas uma vez que o marketing do "console mais potente" tenha começado, ele precisará ser mantido de alguma maneira. E o que eles fazem? Trapaceiam! Mesmo porque, vejamos: os jogadores adoram falar de teraflops, memória RAM, resolução e engine. Mas eles entendem o que é isso? Em sua maioria, não. Sendo assim, quando a base de jogadores irracionalmente refutar o próximo Call of Duty só porque "a engine é velha", fale que "ele terá uma nova engine". Se reclamarem que os gráficos estiverem "parecendo da geração passada", aplique uma camada de blur. E assim segue até que eles comprem o jogo.

O caso de No Man's Sky se deve justamente por declarações falsas (como a polêmica do multiplayer) e muito hype em cima da geração procedural, ignorando o fato que ter milhões de planetas não magicamente faz o jogo ser interessante. Mas se o jogo vendeu, então as mentiras já não importam mais.

Pelo jeito, extendi demais o que queria dizer, então talvez devo ter deixado alguma opinião minha com alguma lacuna. Mas enfim, fiquem à vontade para me corrigir ou para extender esse assunto. :detetive:

o/

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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por banny » Sex Set 09, 2016 6:00 pm

Prezado MrRafael, seu texto descreve com maestria o que poderíamos chamar de "como a indústria chegou a este ponto". De forma bastante resumida, atualmente não há mais "espaço" para nivelar o entretenimento unicamente pelo hardware.
Em dado momento você tinha um jogo em 4 cores, depois houve um avanço e este mesmo jogo poderia ter 16 cores, o que representava uma possibilidade concreta de aprimoramento da experiência. Todavia chegamos a um estágio onde gráficos já são foto-realísticos e, ainda que exista um longo caminho até que não se possa distinguir a diferença entre real e virtual, a única coisa que pode verdadeiramente ser ampliada é a "potência" (contagem de polígonos, taxa de atualização da tela, etc.).
A questão é- até que ponto isso tudo realmente irá beneficiar a diversão? Ter de remover ou reduzir características para poder "segurar o FPS" me soa absurdamente contraditório.
Lembro de ter visto um artigo que falava sobre a evolução da tecnologia nos filmes de animação (Toy Story, etc.) onde o entrevistado comentava que mesmo o hardware atual possuindo várias vezes mais velocidade na renderização do material final, as cenas se tornaram tão mais complexas em termos de detalhamento que o prazo de produção havia dobrado ao invés de cair.
Da mesma forma, a indústria hoje quer que as desenvolvedoras façam algo com resoluções gigantescas e pós-processamento pesado, sendo que a "folga" obtida com a melhoria da capacidade do aparelho da nova geração quase sempre nem ao menos comporta isso. Mesmo sem considerar a questão orçamentária fica claro que esse ciclo irá produzir cada vez mais "enlatados", ao menos até que ocorra um colapso.
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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por Superbomber » Sáb Set 10, 2016 2:26 pm

Acho que você se esqueceu de um extremo e pequeno detalhe. Os jogos (na maioria das vezes) não são feitos por quem produz o console.

Vamos pensar um pouco. (Quem entender a referência vai ganhar um pirulito.)
:detetive:

Comparemos um console com um PC.
Qual o objetivo da empresa ao montar seu PC para vender?
Potência, e um bom preço que caiba no bolso.

Logo, se compararmos, podemos rápidamente chegar a conclusão de que ao se construir um console devemos(ou melhor, eles devem) fazer algo de qualidade para que a empresa que irá fazer o jogo não tenha nenhum entrave.

Se a tendência são jogos com gráficos cada vez mais realistas. O console deve ter cada vez mais potência.
Enquanto os jogos divertidos, devem ser feitos pela empresa terceira que o irá fazer.

Vamos considerar 3 casos:

1) Sony - O PS4 está avançando cada vez mais. Se não houver jogos divertidos a culpa não é da Sony. E ela não pode desenvolver os próprios jogos.

2) Microsoft - Um caso especial no Xbox One. Já que a Microsoft também desenvolve os jogos.
O que é excelente já que a Microsoft pode cuidar da diversão e da potência.
Mas a Microsoft não cria (nem poderia) criar todos os jogos do Xbox One.
Se existem jogos de má qualidade que não sejam da Microsoft, não podemos jogar a responsabilidade para ela.

3) Nintendo - O Nintendo Wii U...
Alguns realmente tem a crença de que o mesmo chega a mesma potência do PS4 ou Xbox One... O que sabemos que não é verdade. :detetive:

A Nintendo não está investindo no console no rítmo que deveria. Descartou tecnologias que em seguida fizeram sucesso com seus concorrentes.
E a Nintendo insiste nos mesmos jogos...

Há quem goste, mas sinceramente acho que a Nintendo já passou dá hora de fechar as portas. :lendo:
Não investem em novas tecnologias e nem em novos jogos. Talvez haja alguns inéditos mas sinceramente não creio que isso seja uma boa estratégia...
Não sei nem se isso é uma estratégia... Ta mais pra um "se já deu certo uma vez, vamo repetir a dose que vai dar de novo."

Claro, há sim algum progresso. Mas sempre atrasado comparando aos concorrentes.
Lema da Nintendo: "Se deu certo com a gente no passado, vamos fazer.... Se deu certo com eles agora, vamos fazer."

Sempre imitando... Ou eles mesmos do passado ou o concorrente.


Na minha opinião deve haver inovação, ninguém paga para assistir a mesma peça que já assistiu antes e comprou um DvD.
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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por guimaraf » Sáb Set 10, 2016 3:57 pm

A maioria dos novos jogos que bombaram "do desconhecido ao conhecimento mundial" pelo menos nos últimos 5 a 7 anos, foram em sua esmagadora maioria indies, "Flappy Bird, Minecraft, Super Meaty Boy, Outcast, Bastion, Limbo, FEZ, Braid, Journey, Slouvel Knight, Hotline Miami, Plants vs Zombies, "feito por desenvolvedores que prezaram por fazer um jogo "divertido", o que fez a indústria olhar e apoiar muito o seguimento, o que de certa forma revolucionou o mercado e popularizou a "Game Engines".

Agora voltando a pergunta, Console potente X Console divertido.
A resposta é totalmente pessoal, pois mesmo um jogo com tecnologia de ponta BF1, não vai agradar aquele cara que só joga PES, FIFA, o lindo FIFA 17 não vai atrair aquele cara que gosta de fight games "incluindo eu" e assim por diante.
O novo modelo de negócio da indústria é para tentar puxar uma tendência de trocar console a cada 2 ou 3 anos "como acontece nos smartphones "que as vezes é de 6 em 6 meses".
A pergunta é, o momento que as empresas irão deixar de apoiar os consoles mais fracos e focar o desenvolvimento de jogos apenas nos mais novos, assim deixando obsoleto um console com 3 anos de lançamento.
Lembrando que o Dreamcast morreu cedo "exatamente com 3 anos".
Para o que eu procuro em games, um PC me atende perfeitamente "apesar de ter um 360 e 3DS", jogo pouco eles também.

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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por banny » Sáb Set 10, 2016 5:34 pm

Superbomber escreveu:Acho que você se esqueceu de um extremo e pequeno detalhe. Os jogos (na maioria das vezes) não são feitos por quem produz o console.
banny escreveu:Ainda que a atribuição de desenvolvimento dos jogos não recaia diretamente sobre a empresa que produz o console, existe uma forte pressão para que as softhouses criem algo impactante visualmente. Cada vez mais vemos casos absurdamente nítidos da prática conhecida como "downgrade" onde versões irreais e largamente mais aprimoradas dos títulos são exibidas nos eventos internacionais para depois lançarem um produto finalizado (ou nem tão finalizado) de qualidade inferior em todos os aspectos.
@guimaraf
Exato. Enquanto a indústria fortalece cada vez mais a política da obsolescência programada, os desenvolvedores independentes preencheram o nicho da criatividade/diversão.
O problema é que para as massas o Indie é visto como algo secundário, quase como um subproduto. Nos PCs também acontece de muita coisa de baixíssima qualidade acabar figurando no Steam (por conta da mecânica de aceite do Greenlight), o que não ajuda a imagem da cena independente nos consoles.
Como havia dito antes, o conceito de diversão pode variar de pessoa para pessoa, mas convenhamos, se a mentalidade das produtoras como um todo não fosse voltada exclusivamente para o lucro, tanto o gênero que você gosta quanto os que não gosta estariam recebendo jogos ao menos mais próximos daquilo que citou no começo do seu post.
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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por guimaraf » Sáb Set 10, 2016 6:26 pm

banny escreveu: O problema é que para as massas o Indie é visto como algo secundário, quase como um subproduto. Nos PCs também acontece de muita coisa de baixíssima qualidade acabar figurando no Steam (por conta da mecânica de aceite do Greenlight), o que não ajuda a imagem da cena independente nos consoles.
Como havia dito antes, o conceito de diversão pode variar de pessoa para pessoa, mas convenhamos, se a mentalidade das produtoras como um todo não fosse voltada exclusivamente para o lucro, tanto o gênero que você gosta quanto os que não gosta estariam recebendo jogos ao menos mais próximos daquilo que citou no começo do seu post.
Lucro é o que movimenta a indústria, a melhor saída para dar uma porrada nas empresas que querem enfiar consoles novos a cada 2 anos, é não comprar.
A única empresa que faz jogo por amor é a Nintendo praticamente, o restante é apenas indies que azem isso, eu não acho isso errado, a empresa é privada, se ela acha que maximizar os lucros é a melhor solução para ela "Konami" eu não concordo, porém não vou dizer que ela está errada.

O PS4 Pro "existem rumores de patch para para rodar em 4K", se isso confirmar, vai fazer o console nascer morto.
o X Scorpio parece que vai conseguir rodar em 4k nativo, o que muitos PCs caros peidam para fazer.

O mais interessante disso é ver as pessoas reclamando do lançamento de consoles a curto prazo e trocar de iphone por que o mais novo tem câmera melhor, sendo que este é quase 3 vezes o preço do console.

Voltando ao assunto jogos divertidos, quem ganhou muito com esta postura das empresas, foram os desenvolvedores indies, o que fez muitos devs da indústria abrirem seus estúdios. "Keiji Inafune, Koji Igarashi entre outros".

No final das contas, quem gosta de comprar um COD todo ano, tem COD para ele, quem gosta de jogos com experiências variadas e criativas, vai para os indies, quem gosta de brincar um pouco "quando vai cagar" mobile consegue atender este nicho e por aí vai.

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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por Superbomber » Sáb Set 10, 2016 6:47 pm

@Banny, acho que você se esqueceu de um extremo e pequeno detalhe.
Ler todo o texto. :yes:

Isto é o que chamo de "frase inicial para definir um fim sem enrolação". :V
É geralmente um parágrafo pequeno no inicio do texto que é explicado com detalhes no restante da mensagem. :detetive:

[Discussão] Console "potente" VS console "divertido"
- O próprio assunto em discussão indica coerência na afirmação.

Leia o restante do texto. (Não tente me enganar, se tivesse lido não teria respondido desta maneira. :lendo: )
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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por banny » Sáb Set 10, 2016 8:22 pm

@Superbomber
Prezado, não entenda mal, só separei aquela passagem para reforçar que minha opinião sobre o que você abordou como "tendência" é ligeiramente diferente, ainda que o resultado desse processo acabe sendo o mesmo.
Para mim essa questão gráfica é uma construção de falso-ideal da própria indústria para fomentar a substituição prematura do hardware anterior, semelhante ao que ocorre com as placas de vídeo no PC.
Parafraseando o MrRafael, boa parte dos jogadores sequer compreende os termos que os fabricantes disparam incessantemente em suas publicações, fora o percentual que usufrui o aparelho em conjunto com TVs/monitores que nem ao menos podem reproduzir tal "poder" gráfico (os chamados "modelos de entrada" já são caros o bastante para excluir boa parte dos interessados, e não oferecem uma real experiência).
Concluindo, li sua explanação com igual empenho com que tive para os demais, qualquer impressão contrária disso é apenas impressão. Para ser mais exato, evitei fazer outras colocações após o quote pois achei que iria se sentir ofendido já que não se indicava necessário justificar a pequena diferença entre nossas visões do termo.

@guimaraf
Existe toda uma cultura formada ao redor disso, então não possuir aquele produto acaba deixando o indivíduo em uma posição desconfortável perante os demais (supondo que ele queira fazer parte daquele grupo). Isso não é acaso e muito menos evolução natural de um comportamento, é algo muito bem esquematizado para (tentar) perpetuar este modelo "vampírico" de negócio.
Quem não conhece um parente/amigo/etc. que possui um console da geração atual ou anterior e claramente não se interessa tanto assim por videogame? Se questionado, certamente irá dizer que comprou porque "todo mundo" estava comprando ou algo semelhante.
Dependendo da faixa etária essa situação pode representar um sério problema, afinal é complicado ter de conviver em um meio onde você é o único ou um dos únicos que não está alinhado com os demais (e se importa com isso). Seja pelas práticas desonestas na fabricação do hardware/software ou pela chantagem emocional, se opor ao sistema não representa uma ameaça para a indústria, ao menos enquanto se limitar à uma minoria bem inexpressiva.
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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por guimaraf » Dom Set 11, 2016 12:47 pm

banny escreveu:Seja pelas práticas desonestas na fabricação do hardware/software ou pela chantagem emocional, se opor ao sistema não representa uma ameaça para a indústria, ao menos enquanto se limitar à uma minoria bem inexpressiva.
Vivemos em uma era da obsolescência programada, um mesmo console que uma pessoa ficava horas no dia jogando "Xbox360" parece não ser tão incrível, já que comprou um XOne ou PS4, mesmo ainda existindo lançamentos "menores" para o console da geração passada.
A indústria como um todo, quer vender, "não por amar o que faz" mas por ser lucrativo, seja no setor de entretenimento, alimentício, vestuário, etc, nós "pelo menos no Brasil" achamos que as empresas deveriam trabalhar por amor, não, quem trabalha por amor somos nós que muitas vezes passamos dificuldades por não ter um produto que bombou no mercado "ou que pelo menos pague as nossas contas".
Veja como exemplo o estúdio que fez o Angly Birds, o jogo fez um puta sucesso "sei que ele é clonado de um outro", depois a empresa "Rovio" vendeu os diretos de imagem do jogo, foi criado animações, brinquedos, filme, além de diversas outras mídias, o ponto é a empresa ainda está fazendo por amor? Fica bem claro que ela quer lucrar, não tem nada de errado com isso. Acontece o mesmo com Sony, Microsoft, Ubsoft, o motivo delas lançarem tantos jogos é justamente por saber que serão lucrativos.

O ser humano vive em grupo, por isso ele a todo momento quer fazer parte de algo que as ideias o atrai, seja por religião ou a falta dela, seja por possuir console x ou y, seja por gostar de rock ou de pagode, as pessoas sempre estão buscando outras pessoas com gostos similares para assim formar seu círculo de amizade, as empresas sabendo disso, criam suas campanhas de marketing para pegar neste nosso ponto fraco e tentar vender um produto.
A Sony chama o seu ecossistema de "Família Playstation" PS3, Vita, PS4, PS Now e agora o PS VR, o nome não foi escolhido pelo acaso, ela sabe que tem consumidores fieis, assim como Apple, HP, Brastemp, etc.

A pergunta que te faço é, se você tivesse um produto bem lucrativo no mercado, você deixaria de expandir para outras mídias?

Obs. De forma alguma quero ofender, acredito que não tenha deixado o "textão" desta forma, estou discutindo ideias e um ponto que tenho bastante interesse.

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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por banny » Dom Set 11, 2016 3:01 pm

guimaraf escreveu:A pergunta que te faço é, se você tivesse um produto bem lucrativo no mercado, você deixaria de expandir para outras mídias?
Caro, seu questionamento é extremamente pertinente. É preciso deixar muito claro que o fato de uma empresa lucrar com seu produto é nada além de uma consequência daquele investimento.
Se eu tivesse um produto no mercado e me deparasse com a oportunidade de levá-lo a outros nichos, o faria sem a menor dúvida. Todavia, entretanto, deve-se levar em conta a maneira como esta "exploração" acontece.
Hipoteticamente falando, se a produtora de The Witcher 3 (considerado pelo público como uma exceção nessa cultura caça níquel da indústria atual) resolvesse produzir um filme/animação ou mesmo uma linha de brinquedos, não haveria mal algum nisso (desde que tais produtos também fossem de qualidade).
Na via contrária deste pensamento podemos citar Pokémon, com sua linha de jogos (consoles portáteis) e série animada ao estilo "mais do mesmo". Nos década de 90 ambos produtos eram muito bons, mas há uma nítida tentativa de revenda contínua do material base ao longo de mais de 20 anos.
Já em relação ao "fazer por amor", obviamente não se faz algo comercial sem esperar retorno financeiro, mas há uma enorme diferença entre colocar o lucro no topo de sua filosofia de trabalho e lucrar como consequência natural da realização de algo.
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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por guimaraf » Seg Set 12, 2016 1:51 am

banny escreveu: Já em relação ao "fazer por amor", obviamente não se faz algo comercial sem esperar retorno financeiro, mas há uma enorme diferença entre colocar o lucro no topo de sua filosofia de trabalho e lucrar como consequência natural da realização de algo.
Eu costumo pensar assim, uma pessoa faz algo por amor, uma empresa faz pela possibilidade de lucro, mesmo não possuindo amor pela sua obra.

Vale lembrar que o GTA V tem diversos DLCs free "não sei se foram todos", porém nem todas as empresas tem este luxo, a CD Project Red "produtora do The Witcher 3" lançou também diversos DLCs gratuítos, inclusive lançando o jogo no PC sem qualquer DRM, vendeu só na steam mais de 2 milhões de cópias.
Imagem
A Nintendo que nunca apoiou a tendência de DLCs tem 2 packs no Mario Kart 8 e no Super Smash Bros 4 vende personagens por DLCs.

Normalmente políticas de oferecer DLCs gratuitas, são feitas por empresas que tem produtos muito rentáveis no mercado, vale lembrar também que tanto o GTA 5 ou TW3 foram desenvolvido em vários anos, o que deixou o produto final, uma obra prima e consequentemente rentável o suficiente para ter conteúdos FREE.

Agora Konami, Capcom, Ubsoft, devido a dezenas de projetos que tem, dificilmente poderia colocar no mercado um produto com tamanha qualidade e também com DLCs free, talvez 1 free e 8 pagas.

Um exemplo clássico de uma empresa que colocou o lucro no topo da pirâmide é a Konami, que mandou o Kojima embora, cancelou diversos projetos e ainda vai lançar um Metal Gear focando no coop online. Basicamente a Konami que conhecemos morreu, jogo bom dela daqui para frente é PES "para quem gosta", o resto será só máquina de vender DLCs.

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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por banny » Ter Set 20, 2016 11:10 am

A Konami tem adotado uma prática medíocre de (tentar) silenciar sua comunidade de jogadores. No Youtube os vídeos referentes ao "novo" Metal Gear são recebidos com uma torrente de "dislikes" ao passo que no próprio portal deles a caixa de comentários foi sumariamente removida em todas as publicações correlatas.
Será que os executivos da empresa realmente acreditam que ao não se envolverem, propositalmente, irão moldar o público para que aceitem de bom grado o que lhes está sendo empurrado goela abaixo, tornando-se assim uma mera engrenagem para a formação de receita ($$$)?
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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por guimaraf » Ter Set 20, 2016 2:46 pm

banny escreveu:A Konami tem adotado uma prática medíocre de (tentar) silenciar sua comunidade de jogadores. No Youtube os vídeos referentes ao "novo" Metal Gear são recebidos com uma torrente de "dislikes" ao passo que no próprio portal deles a caixa de comentários foi sumariamente removida em todas as publicações correlatas.
Será que os executivos da empresa realmente acreditam que ao não se envolverem, propositalmente, irão moldar o público para que aceitem de bom grado o que lhes está sendo empurrado goela abaixo, tornando-se assim uma mera engrenagem para a formação de receita ($$$)?
Quando assisti o trailer do jogo, já fiz uma previsão de fiasco do jogo.
Pelas notícias que tem saído, provavelmente eu acertarei esta previsão. Da mesma forma que acertei que o RE: Umbrela Corps também seria um fiasco.

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Re: [Discussão] Console "potente" VS console "divertido"

Mensagem por KlabberyBlue » Qua Set 21, 2016 3:11 pm

Bom cai de parequedas aqui e vi apenas o que está escrito no tópico...
Cara acho que os consoles divertidos são melhores, por exemplo compare um 3DO com um SNES ou NES, simplesmente o SNES ganha mesmo sendo um console de baixo hardware comparado ao 3DO (primeiro console 32 bits).

Alguns consoles de alto hardware são legais como PS4 (já joguei), o PS2 tinha hardware inferior ao Xbox e mesmo assim diga-mos que ganhou a guerra da 6ª geração.

Os jogos também entram nessa brincadeira como por exemplo um jogo com gráficos extraordinários que não me vem nenhum na cabeça até agora...
Vlw!
Flw!
E fui!
"Você precisa derrubar, as portas que vão se fechar"

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